quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Joseph Climber, um exemplo de perseverança

Aspas! Aspas! Aspas!

Finalmente alguém (este cara sou eu... rsrsrs...) se atreveu a colocar o texto completo de um dos esquetes de humor mais famosos de todos os tempos no Brasil. Interessante é que o texto, se não vier servido da interpretação dos grandes atores que compõem as personagens, pode ser lido como sério. Uma genialidade.

"Joseph Climber, um exemplo de perseverança
(Companhia de Comédia Os Melhores do Mundo)

As pontes que nos ligam às soluções estão sempre bem mais perto do que pensamos. Pois existem pessoas que não se abatem por nada. Até mesmo os mais terríveis obstáculos são encarados como novos e maravilhosos desafios. A América está repleta de gente assim. E hoje conheceremos o mais emocionante de todos os exemplos que encontrei em minha longa pesquisa. Eu estou falando obviamente dele, do jovem Joseph Climber.
 
Joseph Climber, o nosso exemplo vivo de hoje do programa “A vida é uma caixinha de surpresas”.
 
Bem, nossa história começa muito cedo, em 1975, quando Joseph Climber era ainda muito jovem, tinha apenas 17 anos de idade. Era campeão mundial de luta livre, estava no auge de sua carreira e de sua forma física.

Joseph Climber, o nosso exemplo vivo de hoje.

Porém, a vida é uma caixinha de surpresas. E numa bela manhã de sol, Joseph Climber estava de namoricos com sua pequena Anne, pela qual ele era absolutamente apaixonado. Acontece que, de estômago cheio, Joseph Climber foi se envolvendo com as carícias de sua pequena. E sem conseguir se controlar, foi acometido por uma terrível congestão. Isso o deixou paralisado de todo o lado esquerdo do corpo.

Qualquer um de nós ficaria chateado, abatido, desmotivado, mas não este homem! Não Joseph Climber!

Ele abandonou a carreira de lutador e arranjou emprego como telefonista. Por motivos óbvios, ele só podia atender um telefone de cada vez, sem anotar os recados. Isso fez com que seu cérebro fosse substituindo seus músculos de lutador e em pouco tempo ele inventou um multi-atendedor automático de telefones.

Um exemplo de perseverança. Um exemplo de que não devemos desistir não fácil.

Mas a vida é uma caixinha de surpresas e numa bela manhã de sol, um terrível acidente aéreo faz com que Joseph Climber perca completamente a sua voz. Juntamente com a voz, ele perde seu emprego como telefonista.

Qualquer um de nós ficaria chateado, abatido, desmotivado. Mas não Joseph Climber!
Joseph Climber, que passou a se comunicar através de gestos feitos com a sua mão direita. E vejam o que é a perseverança, vejam o que é a força de vontade: graças ao seu ouvido apurado e à fantástica habilidade adquirida com a sua mão direita, ele se tornou maestro da orquestra de sua cidade.

Mas nem tudo são flores na vida de Joseph.

E numa bela manhã de sol, Joseph Climber descansava tranquilamente à sombra de uma árvore, quando ninguém sabe como nem porquê, uma bombinha de São João estoura ao seu lado e isto o deixa completamente surdo. Surdo.

Qualquer um de nós ficaria chateado, qualquer um de nós ficaria abatido, sem vontade de cantar uma bela canção, mas estamos falando de Joseph Climber.

Joseph Climber, que neste período da vida, resolveu abandonar a cidade. Mudou-se
para o campo, para ter contato com a natureza. Respirar um pouco de ar puro. Mas não ficou parado, não. Lá, numa velha fazenda, arranjou emprego como operador de uma máquina de moer cana.

Um exemplo de perseverança! Um exemplo de que não devemos desistir por qualquer bobagem.

Mas a vida... a vida é uma caixinha de surpresas. E numa bela manhã de sol, o trabalho ia de vento em polpa quando a máquina tritura o seu braço direito. O mais impressionante é que, mesmo sem poder falar, Joseph Climber solta um urro desesperado de dor.

Qualquer um de nós ficaria chateado. Qualquer um de nós ficaria desmotivado, mas, por Deus, este é Joseph Climber! O maior exemplo vivo de perseverança já visto sobre o planeta Terra!

Joseph Climber voltou para a cidade. Voltou para encarar todos os seus fantasmas. E em uma noite especial, fechado em seu apartamento, envolto em uma áurea de magia e um estranho vento que soprava do leste, Joseph Climber incorpora o espírito de Van Gogh e passa a pintar belíssimos quadros com sua perna direita. Logo é convidado a expor em todas as grandes galerias do mundo: América, Ásia, Europa...

Mas a vida... a vida, esta sim, é uma caixinha de surpresas. Pois numa bela manhã de sol, ao tentar invocar o espírito de Van Gogh, Joseph Climber acidentalmente incorpora o espírito de Hagar, o Terrível, e numa horrenda luta mediúnica, sabe-se lá Deus como, este homem amputa as próprias pernas.

Qualquer um de nós ficaria chateado, abatido, desmotivado, mas este é Joseph Climber!

Em pouquíssimo tempo, este homem se tornou o mais importante funcionário da agência dos correios, selando milhões de cartas por dia. Eu disse milhões de cartas por dia! Um exemplo de que não devemos desistir por qualquer bobagem. Um exemplo de que não devemos desistir nunca. Não devemos desistir nunca!

Mas a vida... (Joseph diz: - Vai tomar no %$&%&*%$!!!).

A vida, esta sim, é uma caixinha de surpresas. Pois acreditem: numa bela manhã de sol, devido a uma onda de sorteios por correspondência, o trabalho de Joseph quintuplica e devido ao estresse, ele morde e engole a própria língua.

Sem emprego, sem dinheiro para pagar o aluguel, Joseph Climber só vê uma saída. Joseph Climber vendeu as suas córneas para um banco de olhos.

Qualquer um de nós ficaria chateado, abatido, desmotivado, quem sabe até um pouco “jururu”, mas este é Joseph Climber!

Este incrível ser humano que aqui está, hoje ganha a vida como feliz e bem-sucedido peso para papel!"

Texto publicado originalmente em 08/01/2016 na minha página no Facebook

Arrogância Matutina

Por Jairo Santana

Eu sou o indivíduo mais modesto do mundo. O suprassumo da modéstia humana. Apesar de ser hors-concours, por pura discrição, participei recentemente da Copa Mundial da Modéstia, realizada num vilarejo modesto da Dinamarca, um também modesto país nórdico. Participaram acanhados de todos os cantos mais modestos do mundo. Modestamente, fui o campeão. Também ganhei o segundo e o terceiro lugares.

Disseram ser impossível alguém ser tão moderado, tendo tantas qualidades notórias, experiências fantásticas e um currículo invejado por todos. Mas lá estava eu, recatado, estampando para a sociedade arrogante que sim, eu existia. Todos ficaram orgulhosos de minha modéstia. Eu não. Sou modesto.

Não fiz discurso. Modestos não gostam de aparecer. Balbuciei apenas algumas palavras imerecidamente julgadas como brilhantes, ali mesmo, sóbrio, da plateia. Usei modestas duas horas e meia, tirando o exórdio e a peroração. Aplaudiram de pé, ainda que eu dissesse, modestamente, que aplauso é para quem sabe brilhar.

Durante o evento, a hashtag ‪#‎Homemmodesto‬ ficou no topo dos Trending Topics do Twitter mundial, foi o centro das discussões no Facebook e fui obrigado a conceder entrevistas aos mais renomados veículos da imprensa mundial. Até hoje me pergunto o porquê de tanto interesse por uma figura tão modesta assim. O mundo talvez precise de exemplos para entender que o simplório deve ser valorizado.

Historicamente, porém, não me julgo o mais modesto. Houve um outro que era Deus e que se fez homem. Ficou famoso. Você deve conhecer. Aquele sim era modesto. Eu, modestamente, jamais admitiria que sou Deus, ainda que tragam tantas evidências sobre isso. Então, eu sou o segundo maior modesto da história da humanidade. Digo isso porque sou modesto. Há quem diga por aí que sou o maior. Eu me acho o mais singelo.

Não costumo divulgar a minha modéstia. Escrevo apenas aqui, neste local modesto, sabendo que poucos se dedicarão a ler um texto tão modesto quanto este, recatadamente de pobreza vocabular notória.

Eu nunca coloco a modéstia à parte. A parte da modéstia me toma como um todo. Não há espaço para deixar de ser modesto. Seria arrogância de minha parte deixar evidente as minhas qualidades. Sou humilde.

Texto publicado originalmente em 04/01/2016 na minha página no Facebook

Desagradável, um blog para incomodar

Pari um blog para expressar a minha chatice


Tinha tantas coisas para dizer que não cabia mais nas estreitas linhas do meu Facebook. Por incrível que pareça, um bocado destas coisas consideradas interessantes por muitos. Resolvi criar este blog para transbordar ou transportar estes posts. Meu outro blog ficará somente para reverenciar o meu provincianismo.

Meu enfoque principal será a política, mas também posso deixar minhas crônicas escorregarem para cá. Sim, gosto de crônicas. De falar de coisas simples com um enfoque diferenciado. À medida do possível, vou evitar as aspas.

Só eu não gosto de citar autores?

Sim, só eu.
Aquele que é
Formador de opiniões
Guru de intelectuais
Eixo PUC-USP
Aquele 1% genial

A promessa mais robusta deste blog é incomodar. Seja bem-vindo ao blog mais desagradável que você vai conhecer.